Mata Atlântica Brasileira: Protegendo o que restou

“O Brasil é visto como uma enorme Amazônia”, disse o ambientalista Mario Mantovani à Earthsight e Mongabay.

Mas ao longo da costa do Brasil e em áreas do interior, a Mata Atlântica tornou-se uma das florestas mais ameaçadas do país. Mais de 85 por cento de sua área original foi desmatada desde a era colonial há várias centenas de anos, predominantemente durante um boom agrícola histórico,24 embora o rápido esgotamento desses habitats continue acontecendo. A fragmentação é a principal ameaça à sobrevivência dessas florestas hoje. A extração ilegal de madeira de espécies mais valiosas foi identificada como uma das principais ameaças contínuas aos fragmentos remanescentes da Mata Atlântica, juntamente com a conversão de terras em pastagens, plantações de árvores e expansão urbana.25



Os retalhos de habitats sobreviventes que compõem essas florestas formam um refúgio biologicamente rico para cerca de 20.000 espécies de plantas e mais de 2.000 espécies animais – muitas delas endêmicas – incluindo 900 espécies de aves.26 É o lar dos micos-leões-dourados ameaçados de extinção, e do ouriço-preto e do bicho preguiça, ambos listados como vulneráveis pela União Internacional para Conservação da Natureza, ou IUCN, na sigla em inglês. É também o domínio das populações mais meridionais do icônico felino, a onça-pintada, que está criticamente ameaçada nessas florestas. Os cientistas continuam descobrindo novas espécies de flora e fauna.

Além de séculos de perda contínua de habitat devido a outros fatores, a expansão urbana tem ameaçado de extinção grande parte da flora e fauna nativas da Mata Atlântica.27 A região abriga 145 milhões de pessoas e algumas das maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.28

É também um pólo industrial, madeireiro e de processamento de madeira, embora haja poucas pesquisas publicadas sobre o impacto da extração local de madeira, legal ou não, na Mata Atlântica. As empresas sediadas na área incluem a Masterpiso, subsidiária da Indusparquet, que comercializa produtos feitos a partir de espécies arbóreas endêmicas dessas florestas, como Bracatinga (Mimosa scabrella) e Guajuvira (Patagonula americana). Qualquer atividade humana em uma biorregião tão frágil traz impactos ambientais, alerta o ambientalista Mantovani, que liderou por três décadas a Fundação SOS Mata Atlântica, entidade sem fins lucrativos.

Um estudo recente descobriu que a cobertura florestal nativa aparentemente estável da Mata Atlântica nos últimos 30 anos escondeu a destruição de árvores mais antigas.29 Dados compilados pela Fundação SOS Mata Atlântica e pela agência nacional de pesquisa espacial do Brasil, INPE, relatam um aumento nas taxas de desmatamento nos últimos anos.30 De acordo com os números, cinco estados, incluindo o Paraná, foram responsáveis por 89% do desmatamento registrado.

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